Guia de Carreira: Medicina
Medicina, curso tradicionalmente mais disputado nas universidades de norte a sul do país, é o tema do Guia de Carreiras do CMLEM desta semana. A graduação está no topo da lista de concorrência dos principais vestibulares do nordeste. Em 2010 a concorrência na UFBA foi de 34,4 candidatos por vaga, reforçando o grande importância da área e a dificuldade de ingresso nas melhores universidades. Mas, segundo professores, não é só para entrar na faculdade que medicina exige dedicação. Quem quer cuidar da saúde humana precisa estudar muito durante a faculdade e também depois de formado. Nesta reportagem você vai ler sobre o curso de graduação e saber quais são as universidades mais bem conceituadas segundo o Ministério da Educação (MEC). O CMLEM mostra ainda que a maiorias dos profissionais da área estão no sudeste do país. Dedicação Professores das universidades consultadas concordam que para ser um bom profissional na área, é preciso muita dedicação e manter-se atualizado ao longo da vida. “O aluno tem que ser muito estudioso, acompanhar as mudanças da área e ter um ensino continuado após se formar”, recomenda o professor, Ajácio Brandão, coordenador do curso da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre (FFFCMPA). A instituição, criada em1966, também ficou entre as mais bem avaliadas no Enade de 2005. Os formados em medicina podem trabalhar diretamente com pacientes, fazer pesquisas na área, analisar exames, fazer diagnósticos por imagens, administrar centros de saúde, ensinar, entre outras atividades.
Para falar sobre o exercício da profissão, entrevistamos o médico Victor Bastos, que já atendeu detentos dos presídios da Bahia, e há quase 40 anos cuida de pacientes com câncer. “Gosto de tratar de doentes graves”, diz.
Profissão
Com duração de seis anos, a graduação de medicina é a mais longa do país. A maioria dos cursos divide esse período em três ciclos de dois anos..
Ao concluir os seis anos de faculdade, o estudante ganha o diploma de médico e pode exercer atividades como consultas pediátricas e ginecológicas e fazer partos. No entanto, a maioria opta por cursar uma residência médica em uma determinada área. Essa especialização pode durar de dois anos (caso de pediatria, clínica medida e outras) até cinco, para quem escolhe neurocirurgia. Mas, em geral, são feitas em três anos, como é o caso de dermatologia e obstetrícia. É preciso passar por um processo seletivo para conseguir vaga no programa de residência de grandes hospitais.
“É desejável que a residência médica complemente os estudos de um médico. Diria que só não faz residência quem não consegue passar numa”, afirma o diretor acadêmico do curso da Unifesp, Miguel Roberto Jorge. A universidade teve nota máxima no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) do MEC no ano passado.
Em três universidades consultadas pelo CMLEM, os vários tipos de cirurgias estão entre as residências mais escolhidas. O que não quer dizer que se trata de uma área promissora. Pessoas do setor entrevistadas preferem não indicar especialidades em ascensão porque, dizem, o mercado de trabalho na medicina está sujeito a mudanças constantes.
A dica dos especialistas é que os alunos escolham uma área pela qual tenham muito interesse. “Tem que fazer o que gosta e não o que dá muito dinheiro, porque é uma profissão que exige muito de você”, resume Joaquim Edson Vieira, secretário do centro de desenvolvimento de educação médica da Universidade de São Paulo (USP). A instituição mantém o maior complexo hospitalar público do país, que é o Hospital das Clínicas.
Para o professor Jorge, da UNEB, durante a faculdade, o aluno deve “aprender a aprender sozinho”, porque a graduação dá uma formação básica em seis anos, mas o profissional precisa “continuar aprendendo durante a vida toda”, diz.
Salário
Dados do Sindicato dos Médicos da Bahia (SINDIMED) apontam que um residente da rede pública que trabalha 20 horas por semana ganha cerca de R$ 2.500. No setor privado, o salário é de R$ 2.300. Quem opta por trabalhar 24 horas semanais recebe cerca de R$ 2.800 em instituições públicas e R$ 2.400 nas particulares. Segundo o sindicato, uma pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que a média salarial dos médicos no Brasil é de R$ 7.000.
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